A caligrafia do Poeta Mário Morcerf (Trovas manuscritas)
Mário Morcerf
Virou gostosa alegria ,
E me disseste, bom
dia !
Se não vingar , semeador ,
Disso, Deus faça o teu
pão
E o meu pão de cada dia .
Dói muito mais ,
sabe Deus ;
Na hora da despedida ,
Sorrindo,
dizer-se, adeus .
Neste jardim do meu peito ,
No coração que é canteiro ;
Dá saudade o ano inteiro .
Na entrada , o jardim
com flores
Regando
as flores , Maria.
No azul do céu que bendiz
A liberdade cantando
No João-de-Barro feliz .
Batendo
na dor imerso ,
O coração do Universo
No teu próprio coração .
Aquela que é cor de rosa .
Deste pobre trovador ;
Envelhecida
esperança ,
Rufla as asas , faz carinho ,
Setessilabos
rimando,
Pedi-te um beijo ,
negaste
- na face não , só na boca .
Sê São Francisco de Assis.
Na
recordação da gente ;
A gente sente, é verdade ,
E uns
olhinhos rasos d’água .
É n’água verde
azulada
A paixão do velho
mar .
Faze-o bater no teu peito
E saberás
quanto eu
te amo .
O sândalo na humildade ;
Perfuma com suavidade .
Luiza-Alice,
eu queria
Fazer-te um poema , da luz
Do meigo olhar de Maria
Velando o
sono a Jesus.
- Amaria,
amaria
a Maria
Conceição
há muita gente , é verdade ,
e espera a Felicidade
A violeta , assim formosa ;
Acabou tão presumida
De ser humilde , orgulhosa .
A ela dizer não digo
O mal que sinto e
bendigo,
Revela discretamente
No Carlos
Drumond de Andrade,
O coração que suspira
Na ferrugem da saudade .
Acabou-se
o que era
doce ,
E o que era amargo , também
Acabou-se,
acabou-se ...
Tenho uma
vaca , Roseira ,
Sá Rosa que é cozinheira ,
De desfolhar malmequeres ;
Serei rei dos trovadores
Se trovas de amor
quiseres.
É ver a facilidade
Irmanei-me
a tua dor
Vibrou
sonâncias de amor .
Zomba do drible na cancha ,
Insiste
limpando a praça ;
Controla a
bola , deslancha,
O tiro sai ... gol de raça !
Dando o tiro busca a trave
E no alto canto do esteio
essa cidade a flutuar !
- Flor do Atlântico
que brilha ,
no berço do teu coração :
O seu natal , meu irmão !
Uma lua , muito lua ...
Uma rua , muito rua ...
Uma tua, muito tua,
Faço hoje a Virgem da Penha :
- Que jamais de
ti me esqueça
e ver-te
de novo eu
venha.
És de fato e de direito
Ouve um pobre trovador ,
- No coração desta trova
bate, escuta , é o meu
amor .
Do sino do coração ,
Na tarde triste do
dia ,
Da nossa separação .
Perdidas eternamente .
Da tua ausência , querida ,
E me enche mais
de amargura.
Itabira, Céu azul
Duas mães no meu destino
A minha mãe que foi santa
E a santa mãe do meu filho
Marataizes,
folgança
Reza oração comovente
Na beleza que desenha .
Duas jóias muito
finas
entrelaçadas
nos nomes :
Carlos
Gomes de Campinas ,
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